Enviado por admin em qui, 02/19/2015 - 18:33
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Com o objetivo de encontrar as melhores soluções para a Região Metropolitana de Belo Horizonte, a equipe que desenvolve o projeto do Macrozoneamento (MZ-RMBH) buscou criar o máximo de espaços de compartilhamento de experiências, seja no âmbito da participação popular, quanto no âmbito do intercâmbio acadêmico. Em função da vinda de convidados de outras metrópoles e participações em eventos internacionais, foi possível construir uma proposta mais ampla.

Segundo o professor Roberto Monte-Môr, coordenador do projeto, a internacionalização dos trabalhos é essencial para que a pesquisa ganhe solidez e dinamicidade. “Com a vinda de pesquisadores de fora, tanto de São Paulo como de outros países, temos experiências para agregar à nossa construção”, explica. Foram realizados, até o momento, cinco seminários técnicos voltados para a discussão dos trabalhos realizados pela equipe do projeto e dois grandes Seminários Metropolitanos, com convidados para apresentar suas diferentes experiências.

Uma das presenças marcantes no Seminário Internacional de Planejamento Metropolitano, realizado no dia 9 de setembro, em Belo Horizonte, foi a do professor Sérgio Bustamante, diretor do Instituto de Estudios Metropolitanos y Regionales da Universidad Pontificia Bolivariana de Medellín, em parceria com o colega Carlos Alberto Patiño Villa, diretor do Instituto de Estudios Urbanos da Universidad Nacional de Colombia. Juntos, os pesquisadores apresentaram a experiência colombiana de planejamento da metrópole de Medellín.

O fato do aglomerado urbano localizar-se em um vale de rio foi importante para ver como os aspectos geográficos são determinantes para a compreensão do tema. As estratégias de mobilidade urbana e o uso de centros culturais para modificar a relação das pessoas com a cidade foram os principais destaques. “O processo de criação de áreas urbano-metropolitanas é fundamentalmente político, e não apenas de caráter urbanístico”, afirma Villa [veja a entrevista completa aqui].

Além das contribuições colombianas, o Seminário Internacional, recebeu Rovena Negreiros, diretora de Planejamento da Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano (Emplasa) vinculada ao Governo do Estado de São Paulo e Jeroen Klink, da Universidade Federal do ABC Paulista, que compartilharam as experiências paulistas no tema. E também o professor da University Collegue London, Edésio Fernandes, que falou sobre como a gestão metropolitana vem sendo discutida no mundo.

 

Debate global

Os desafios da construção de um desenvolvimento metropolitano adequado não é uma exclusividade da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Levando isso em consideração, mesmo antes do Seminário Internacional, profissionais estrangeiros foram convidados a participar dos seminários técnicos. 

O professor Darryl Low Choy da Griffith University, em Brisbane, na Australia, apresentou as experiências acumuladas em sua metrópole natal. “Foi uma contribuição fundamental, em que Choy enfatizou bastante os desafios ligados à questão ambiental, de gestão regional”, explica o coordenador Monte-Mór.

O geógrafo francês Yves Dhau-Decuypère também participou do debate da equipe do projeto desenvolvido ao longo deste ano. Dhau-Decuypere fez uma apresentação sobre o trabalho realizado na extinta bacia de mineração Nord-Pas de Calais (NPDC), ao norte da França. A experiência ajudou consolidar um dos conceitos mais essenciais do Projeto MZ-RMBH: a Trama Verde-Azul. A França possui um reconhecimento internacional na criação de bolsões e cinturões ecológicos em harmonia com ambientes com presença humana. Outra oportunidade aproveitada para agregar conteúdo às discussões foi a participação do coordenador do projeto, Roberto Monte-Mór, no Seminário Internacional de Políticas Metropolitanas, em outubro, na cidade de Buenos Aires, Argentina.

Os encontros e debates continuam. Agora em uma fase de definição dos parâmetros urbanísticos adotados para cada tipo de Zona de Interesse Metropolitano (ZIM), o II Seminário Metropolitano, realizado em 16/12, encerrou as atividades do projeto em 2014 com amplo debate entre todos os entes envolvidos até então. Em 2015, o trabalho consolidado junto à Agência Metropolitana, será apresentado a sociedade metropolitana e ao novo governo recém-eleito.